sábado, abril 18, 2009

Bright Jones, 30 minutos e pequenas descobertas




Aproveitando os últimos 30 minutos antes de ir para o meu plantão, eis que sinto o ímpeto quase improvável de escrever. O pretexto que me faltava.

Na verdade me pergunto por que não estou escrevendo. Imagino e redijo enormes textos em minha mente, nos ônibus que percorrem as enormes ruas dessa cidade cheia de pontes e canais, mais quente do que eu gostaria e mais acolhedora do que poderia merecer.

Mas o que está em questão não é a minha falta de comparecimento, ou de opiniões sobre o que acontece. É sobre o que me motiva a escrever logo agora, após assistir “O diário de Bright Jones”.

Antes que essa notícia se torne um alarme para quem não está habituado a me ler, ou os que descobrem esse espaço por um acaso, procurando por palavras soltas no Google que acabam levando até aqui, deixo claro que não sou um amante desse tipo de filme, não sou um homem de comédias românticas, sou o outro lado da moeda da minha esposa geminiana.

Mas hoje ganhei um presente. Dar ouvidos ao pedido dela de assistir ao filme, que ela deixou estrategicamente antes de viajar, evitando deixá-lo de lado e inventar que dormi durante o filme, foi algo que se junta ao rol das pequenas descobertas que podem mudar a vida de uma pessoa.

Pegar-me assistindo um filme sobre o universo estranhamente feminino para mim, um dia após voltar completamente acabado do show do Motörhead (pois é), foi no mínimo engraçado.

Embora ainda não seja um amante das comedias românticas, ou conhecedor de tantos filmes diferentes como minha geminiana (já que como outro lado da moeda, acabo voltando meu vício para os livros), descobri um pouco desse sentimento que acredito que ela, e talvez tantas outras tenham em ser cúmplices de um filme que faz comédia justamente dos mesmos assuntos que tornamos comédias diariamente em nossas vidas, das pequenas inseguranças, paranóias, dos relacionamentos (e ai não só do universo feminino, mas de nós humanos, homem, mulher, viciados em sexo, celibatários e servidores públicos).

Não sou machista, acredito que a maioria saiba, mas também não sou tão mocinho ou vilão como os consortes dos filmes de comédia romântica.

Talvez mais do que vilão ou mocinho, eu seja daquele tipo de personagem que quase nunca são colocados nos filmes, os que não têm o charme do Hugh Grant, o dinheiro de uma família inglesa abastada, os que não demoram pra perceber que estão apaixonados nos últimos 30 minutos da película (os últimos minutos que levo para terminar de escrever esse texto). Não precisei esperar até o fim do filme para dizer a minha Bright Jones que a amo do jeito que ela é e adiantar o tão esperado beijo final.

Os filmes acabam sendo curtos demais pra mim. Ando mais para o velho seriado de antigamente sobre o casal que descobre, sofre, enfrenta todos os desafios, ora com pieguices, hora com humor sem sentido, dramas e epopéias, e com episódios pay per view impróprios para menores.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Quem procura...