Aonde vais ninguém sabe.
Talvez ao mesmo local aonde vai a fumaça que sai pelos meus dedos nos dias de chuva. Lembro da filha do feiticeiro que morava no fundo do mar.
Lembro de não saber aonde ias, agora que sou jogado ao mar, em forma de peixe. Nado sem rumo.
Pelas minhas guelras, não só o oxigênio filtro da água salobra, mas todas as lembranças da última semana, dos amigos que deixei sem notícias minhas, das inseguranças geradas pela falta de compreensão, daquela velha canção religiosa que meu pai cantava para que eu dormisse quando pequeno.
Nado fundo por já ter corrido o mundo como lebre e por já ter voado sobre os famintos, como ave.
Logo estou pendurado no grande candelabro, como bobo-da-corte, como na lenda viking, em que os milhares de peixes aparecem voando e se tem que descobrir qual deles comera o coração.
O dedo de minha mãe apontado para as gravuras, o som de sua voz ao falar os nomes dos personagens sem sotaque a ecoar na caverna pintada que guardava todo o alimento do mundo.
Aonde vais, ninguém sabe, tanto quanto eu. Tanto quanto afundo mais na água escura, ínfimo a me perder no oceano. Cachalotes me sobrevoam, gritando seus nomes. Talvez a sigam, talvez gritem seu nome.
Aonde vamos ninguém sabe. Nem ao menos nós. Nós nas cordas que nos atam uns aos outros. Outros rumos possíveis de tomarmos.
Deus pôs um sorriso no seu rosto, pelo menos na última vez que te vi.
Peixe. Nado a fundo cada vez mais. Trevas com tons de azul e esmeralda, sinto a água gelada em minhas escamas. Vejo algo. Cada vez mais próximo. Espere... estou vendo melhor. Sim, sim...
Trilha sonora: ponha a trilha sonora do post ao ler
*Referências tiradas da obra de Chris Conover e Chris Martin.
Talvez ao mesmo local aonde vai a fumaça que sai pelos meus dedos nos dias de chuva. Lembro da filha do feiticeiro que morava no fundo do mar.
Lembro de não saber aonde ias, agora que sou jogado ao mar, em forma de peixe. Nado sem rumo.
Pelas minhas guelras, não só o oxigênio filtro da água salobra, mas todas as lembranças da última semana, dos amigos que deixei sem notícias minhas, das inseguranças geradas pela falta de compreensão, daquela velha canção religiosa que meu pai cantava para que eu dormisse quando pequeno.
Nado fundo por já ter corrido o mundo como lebre e por já ter voado sobre os famintos, como ave.
Logo estou pendurado no grande candelabro, como bobo-da-corte, como na lenda viking, em que os milhares de peixes aparecem voando e se tem que descobrir qual deles comera o coração.
O dedo de minha mãe apontado para as gravuras, o som de sua voz ao falar os nomes dos personagens sem sotaque a ecoar na caverna pintada que guardava todo o alimento do mundo.
Aonde vais, ninguém sabe, tanto quanto eu. Tanto quanto afundo mais na água escura, ínfimo a me perder no oceano. Cachalotes me sobrevoam, gritando seus nomes. Talvez a sigam, talvez gritem seu nome.
Aonde vamos ninguém sabe. Nem ao menos nós. Nós nas cordas que nos atam uns aos outros. Outros rumos possíveis de tomarmos.
Deus pôs um sorriso no seu rosto, pelo menos na última vez que te vi.
Peixe. Nado a fundo cada vez mais. Trevas com tons de azul e esmeralda, sinto a água gelada em minhas escamas. Vejo algo. Cada vez mais próximo. Espere... estou vendo melhor. Sim, sim...
Trilha sonora: ponha a trilha sonora do post ao ler
*Referências tiradas da obra de Chris Conover e Chris Martin.
Um comentário:
Nadas bem, meu querido. Lindo texto. =*
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