segunda-feira, abril 30, 2012

De partida


 

 Arquivo pessoal

Faço as malas. Vou partir e imagino o que verei e o que estarei por rever.

Não há espaço suficiente para o que levo na bagagem.

É tarde de domingo e sinto o fim do mormaço das 16h, sinto as pequenas gotas de suor em minha testa e imagino coisas bobas, situações bobas e as pessoas que encontrarei.

Estou de partida.

Parto também para minha velha terra, cuja poeira das tardes me é constitutiva. Caminho pelas ruas de paralelepípedo daquela cidadezinha em minha mente. Passo pelos bairros e pelas usinas. Percorro um passado com o qual não me identifico mais. Vou percorrê-las realmente em algum momento da minha viagem, mas serei um homem diferente a andar pelas ruas que percorria de bicicleta, pelas quais voltava da escola pra casa.

Escolho dois bons livros para levar, acomodo entre as camisas. Respiro fundo como se fosse mergulhar. Mergulho em lembranças ao escrever. Estou de partida. Levo livros, amores e amigos comigo. Sei que volto.

domingo, abril 22, 2012

21 de abril - Oito anos do Tardes Quentes de Outono



Pois é isso mesmo. Oito anos.
Escrevo a oito anos ininterruptos as mais diferentes coisas. Reflexões, diários perdidos, contos e histórias, na maioria e quase sempre sobre lembranças, das que já se foram às que ainda estão por chegar.
Estou longe dos 19 anos com os quais comecei a escrever, porém acabo por me aproximar um pouco mais dos meus próprios oito anos.
Oito anos de letras, palavras que não param de se multiplicar.
E hoje vejo que nesses oito anos, muitas dessas histórias não foram só endereçadas as mais diferentes pessoas e coisas, mas também a quem simplesmente quisesse lê-las. A quem acabava parando sem querer por aqui. Para mim também.
Até bem pouco tempo atrás eu não sabia o quanto e não me conhecia tanto, até ler alguns posts antigos, dos mais diversos dias desses oito anos. Conheci e me desconheci estrangeiro, órfão, inquisidor, engraçado, incoerente, cafona, contador de histórias por vezes.
Leio os contos que não recordo que escrevi e me divirto. Sou mais um estranho que caio por aqui, leio e esqueço do que li. As vezes sou você mesmo rs.
O melhor desses oito anos foi ter podido ter contato com as mais diversas figuras presentes e efêmeras que já passaram por aqui. Das que tive a oportunidade de conhecer em pessoa, das quais já conhecia e sempre estiveram por aqui, das que fiquei amigo e tenho a sorte de confrontar idéias, das que passaram pouco tempo e deixaram amizades e saudades, às que simplesmente passaram sem deixar vestígio por essas bandas.
Ainda continuo acreditando que as palavras trazem afeto, e afeto liga as pessoas. Obrigado a todos que tornaram e ainda tornam esse blog um lugar de afeto.
Obrigado a todos!
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