Levo as mãos aos ouvidos
e grito, com todas as minhas forças, sentindo o leve gosto
metálico que sobe pela garganta, da qual irrompem veias que se dilatam em meu
pescoço.
É noite.
Eu grito com desespero. Tusso. Volto a gritar.
Lá fora, o silêncio.
Aqui dentro, o vazio.
Um grito surdo que ninguém ouve.
Levanto. Vou até a janela e escuto
o barulho da noite, o som dos ventos de julho.
Escuto o grito da natureza.
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