Hoje eu até poderia tentar escrever sobre o dia internacional das mulheres, suas conquistas e seus sofrimentos, mas que propriedade eu teria?
Talvez eu prefira calar, talvez o silêncio tenha mais a dizer do que eu, para o bem ou para o mal. Silêncio para que suas vozes e comemorações sejam ouvidas, silêncio para que as vozes femininas reverberem por todos s espaços, sem precisar ir de encontro as vozes graves nossas.
Silêncio pela violência, pela dor, pela humilhação e ela morte pelas quais são infligidas.
Silêncio pelo que há por vir e pelo que passou. O silêncio que precede o grito.
Silêncio enquanto escuto Coltrane e me lembro das mulheres que me deram significados, que me fizeram ser quem eu sou e do amor que me deram...
A chuva está caindo lá fora, molhando meu pinheiro e os jarros de plantas de minha avó nos deixou de herança, e lá fora sobe os pingos grossos e escassos do jardim, meu irmão poda as folhas mortas e cava a terra dos vasos.
Logo iremos fazer uma faxina na casa e varrer as poeiras desse velho casarão de tinta gasta que chamamos de lar.
Bem, voltando de minha digressão, escuto o barulho da chuva de hoje e penso que ela vem para lavar as ruas para vocês passarem, para desfilarem e marcharem, para comemorarem, lembrar-se e se rejubilarem.
Parabéns a todas, e do fundo do coração espero que não tenhamos de ter mais o dia da mulher, da consciência negra, dos pais, das mães. Espero um dia transcender-mos as diferenças que nos afastam e que todos os dias possam ser dias de todos.
2 comentários:
Owwnnnnn! Minha homenagem foi teu abraço real ontem! Feliz por tu e Pepel! Bjoooos
Parabens para sua sensibilidade tambem! Rs. Um texto tão lindo quando voce.
Beijos
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