domingo, outubro 25, 2009

Domingo


Foto (arquivo pessoal)


Domingo de dia claro, levemente quente...
Talvez eu dê uma caminhada pelo pequeno lado da universidade que fica aqui ao lado. Estava agora pouco escutando Chet Baker, um domingo daqueles que se lê em livros antigos, sobre coisas antigas.
Lembrei-me da viagem que fiz a muitos anos com meus amigos para meu primeiro congresso, vasculhando as fotos do computador. Tão jovem, sem a barba a comer o rosto, com os cabelos ainda grandes, do passeio até o farol para ver o por do sol, com os filhotes de cachorro correndo sobre a grama.
A boina já não me serve mais, mas ainda tenho essa terrível mania de me espantar com as coisas cotidianas e ser tragado pelo vento que passa furtivamente, levando o vapor que sai da minha caneca de café forte e deixa a minha sala com seu cheiro.

Trilha sonora:
Chet Baker - I Get Along Without You Very Well (cover by Tempestade)



7 comentários:

Paloma Pajarito disse...

"terrível mania"? ta bom que não é legal, mas geralmente nasce-se com olhos assim! Hehe.

Anônimo disse...

Domingo é o dia da ressaca, da mazela... É o dia de ir ao cinema pra não dizer que não fez nada, de ir visitar os parentes pra mostrar que você se importa com eles, e pra eles verem o quanto você está bem ou mal... Domingo é dia de comprar galeto empoeirado no meio da rua, de passar o dia na cama dormindo, ou de ir pra aquele churrasco da galera da faculdade... Domingo é o dia do nada

Luana Andrade disse...

A forma como se descreve é linda, sistematizada e eu aprecio bastante DW. A facilidade de descrição de cenários tão emocionais também... Perfeitos. Abraços meu amigo.
P.S.: Sinta-se confortável para diálogos, o que está acontecendo? ( > comentário no blog) Beijos.

Luana Andrade disse...

A propósito... ótimo livro! (O Retrato de Dorian Gray). Me inspira até hoje. ^^

Juh S. disse...

Primeiramente, adorei essa musica! seu gosto musical é bem aguçado devo dizer.
E domingo sempre me traz melancolias, lembramos da realidade, e ainda nos proporcionam mais tempo ocioso para refletir.olhar a vida passando na janela, na rua, nas fotos deixa um sentimento de inutilidade.

beijos, adoros seus textos!

Eduardo disse...

@Getufu: Realemente é o dia do nada, do ócio criativo,rsssss.

@Lu, obrigado pelos elogios, fico feliz com eles, embora as vezes ache os textos meio piegas. Nunca consigo fugir do tom confessional, mesmo quando descrevo o exterior.
Estou bem, só ando cansado, aquele comentário de ler duas vezes é porque algumas vezes seus textos são herméticos pra mim.
Sobre Dorian Gray, é um belo livro sim e, de certa forma, extremamente atual, me lembra Lipovetsky. bjão

@Juh, Chet Baker é ótimo não é? Adoro as músicas dele. Jazz é perfeito (embora a versão que fiz seja só violão).
Quanto ao sentimento de inutilidade talvez seja porque passamos a semana inteira dentro de um rotina causticante, que nos aliena de nossos pensamentos, de nossas questões. E, quando o domingo chega, nos vemos desprotegidos das questões que o cotidiano trata de varrer pra baixo do tapete.

Vivianne Mello disse...

A forma como lida com as palavras é realmente admirável. Há leveza e alguns trechos mesmo diante de algo insconstante há precisão. Já havia dito em um comentário anterior, mas não custa dizer novamente... seu espaço é acolhedor e aconchegante... e sinto uma sensação muito boa todas as vezes que o visito.

Abraço

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