Ah, querida! Na fotografia, não é pra mim que tu
sorris. Como também não é o teu nome em minha tatuagem.
Da mesma forma que não é nosso o mundo e que, de
comum entre nós, só os desencontros parecem ser as únicas constantes a nos
unir.
Na antiga fotografia do baú de carvalho está toda a
família, fotografias em preto e branco e de colorido desbotado, com
dedicatórias antigas aos tios e padrinhos. Recortes de nostalgias não vividas
pelas gerações seguintes aos sarais, bailes e matinês.
Termino por jogar as fotos nem tão recentes junto
com as demais, como se pudesse a alegria, a calma e o calor vazar, por osmose,
de uma felicidade túrgida, para uma cena árida.
Lembro de uma foto tirada quando estávamos todos
juntos, felizes. Sorriamos para o que imaginávamos sermos nós no futuro a olhar
nossos sorrisos.
Hoje os
sorrisos ficam no escuro da arca, esperando serem redescobertos pelos
escafandristas à explorarem nossa cidade submersa.
Um comentário:
Dudu,
Tu estás ficando cada vez mais profundo em teus textos, assim como os sentimentos que eles despertam.
Abraços,
Rafael Esmeraldo
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