Ele era alto, lembrava um halterofilista
de circo de beira de estrada. Forte e barbudo, sem músculos bem definidos.
Tinha acabado de chegar
naquela cidadezinha quente, perdida em um interior do Brasil, com pessoas
desconfiadas, que murmuravam a chegada do gigante bem-nutrido ao vilarejo, que
não era uma cidade propriamente.
Ficara hospedado em um
quarto que estava disposto em cima da loja de conveniências do posto de
gasolina, ao lado da rodoviária.
O calor lhe lembrava da
Índia, onde estivera anos antes. Era novo ainda, apesar dos fios brancos nas têmporas e alguns a despontarem
da barba.
Conseguiu trabalho fácil
em uma construção, nas usinas da cidade, e rezava para ficar amigo de alguém, porque
não aguentava mais falar sozinho, seu próprio
nome baixinho, no escuro do quarto.
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