Sebastian estava envolto nos livros da faculdade naquela tarde quente do campus, enquanto escutava Smiths baixinho em seu walkman. Sentado em baixo de uma enorme árvore que fazia sombra para mais 5 pessoas, dois casais e um rapaz que ensaiava alguns cochilos na grama, mal percebia seu telefone tocar. Quando seu deu conta, quase derrubou os óculos ao tentar atender o telefone.
- Alô?! Belle? Somente mais uma tentativa de vender produtos e serviços dos quais não mais precisava. Belle nunca ligaria para ele uma hora daquelas. Sebastian imaginava o que a maluca da Belle estaria fazendo. Talvez passeando com o Stuart e a Sara. Ela gostava muito deles. Stuart sem emprego, Sara dando um duro para dar contas das coisas e ele tentando se virar com a faculdade e a pouca grana que conseguia como professor auxiliar.
- Quem éramos nós anos atrás? – Pensava enquanto se lembrava dos longos anos que percorreu até chegar aquele momento.
- Nunca imaginei Sara e Stuart casados, dividindo as contas, muito menos bater de frente com a maluca da Belle. Sebastian voltava a ajeitar seus óculos redondos tentando se concentrar na leitura. O sono chegava junto com as brisas quentes da tarde, e ele já sentia dificuldade em ler Foucaut, mal conseguia pensar nos restantes dos livros que tinha para ler ou os que lia para se distrair antes de pegar no sono as três horas da manhã. O sono chegava, e ele mal conseguia resistir.
O sono havia chegado para Belle a muito mais tempo. Do outro lado da cidade ela dormia profundamente, movendo-se lentamente, agarrada a um snoopy de pelúcia que havia recebido de Sebastian tempos atrás. Seu primeiro sono tranqüilo em semanas. O quarto abafado cheirava a suor, ela suava e dormia profundamente, e as pílulas tomavam conta do chão do quarto, espalhando-se ao redor do frasco caído de sua mão.
Sebastian, recostado a árvore de tronco grosso e galhos levemente retorcidos, ensaiava um sono superficial, lá ele caminhava por um corredor, o mesmo corredor que ela percorria em seu sono pesado. Passaram um pelo outro. Como meros estranhos seus caminhos se cruzaram, sem se perceberem, sem se olharem. Seu sono era superficial e Morrissey não parava de cantar, por isso não a vira. Após perdê-lo de vista ela o pôde reconhecer, mas não podia fazer nada, afinal as pílulas eram para isso, para não fazer nada.
Segundos após seu breve cochilo, Sebastian já juntava os livros espalhados ao seu redor. A hora de estudar já havia passado e logo iria dar as aulas da tarde, não podia se dar ao luxo de chegar atrasado, pois contava com o dinheiro todo o mês. Belle ainda dormia, e dormiria por muito mais tempo na tarde que ser tornara abafada em seu quarto, respirando profundamente e ensopando o lençol de suor. Ele apertava os livros contra o peito ao percorrer os corredores do imenso prédio que dava aulas, com a leve impressão de algo.
Seu peito batia forte e ele tentava respirar profundamente olhando a luz que se infiltrava pelas colunas romanas do corredor, enquanto ela apertava o cão encardido contra si, travando uma enorme batalha para sair daquela tranqüilidade. De vez em quando podia acordar brevemente, como quem se afoga e consegue por a cabeça pra fora da água por alguns instantes.
Do seu quarto não se ouvia quase nada, a não ser o ranger da cama e as poucas palavras que mal conseguiam chegar ao corredor.
–Era uma vez... era uma vez...
- Alô?! Belle? Somente mais uma tentativa de vender produtos e serviços dos quais não mais precisava. Belle nunca ligaria para ele uma hora daquelas. Sebastian imaginava o que a maluca da Belle estaria fazendo. Talvez passeando com o Stuart e a Sara. Ela gostava muito deles. Stuart sem emprego, Sara dando um duro para dar contas das coisas e ele tentando se virar com a faculdade e a pouca grana que conseguia como professor auxiliar.
- Quem éramos nós anos atrás? – Pensava enquanto se lembrava dos longos anos que percorreu até chegar aquele momento.
- Nunca imaginei Sara e Stuart casados, dividindo as contas, muito menos bater de frente com a maluca da Belle. Sebastian voltava a ajeitar seus óculos redondos tentando se concentrar na leitura. O sono chegava junto com as brisas quentes da tarde, e ele já sentia dificuldade em ler Foucaut, mal conseguia pensar nos restantes dos livros que tinha para ler ou os que lia para se distrair antes de pegar no sono as três horas da manhã. O sono chegava, e ele mal conseguia resistir.
O sono havia chegado para Belle a muito mais tempo. Do outro lado da cidade ela dormia profundamente, movendo-se lentamente, agarrada a um snoopy de pelúcia que havia recebido de Sebastian tempos atrás. Seu primeiro sono tranqüilo em semanas. O quarto abafado cheirava a suor, ela suava e dormia profundamente, e as pílulas tomavam conta do chão do quarto, espalhando-se ao redor do frasco caído de sua mão.
Sebastian, recostado a árvore de tronco grosso e galhos levemente retorcidos, ensaiava um sono superficial, lá ele caminhava por um corredor, o mesmo corredor que ela percorria em seu sono pesado. Passaram um pelo outro. Como meros estranhos seus caminhos se cruzaram, sem se perceberem, sem se olharem. Seu sono era superficial e Morrissey não parava de cantar, por isso não a vira. Após perdê-lo de vista ela o pôde reconhecer, mas não podia fazer nada, afinal as pílulas eram para isso, para não fazer nada.
Segundos após seu breve cochilo, Sebastian já juntava os livros espalhados ao seu redor. A hora de estudar já havia passado e logo iria dar as aulas da tarde, não podia se dar ao luxo de chegar atrasado, pois contava com o dinheiro todo o mês. Belle ainda dormia, e dormiria por muito mais tempo na tarde que ser tornara abafada em seu quarto, respirando profundamente e ensopando o lençol de suor. Ele apertava os livros contra o peito ao percorrer os corredores do imenso prédio que dava aulas, com a leve impressão de algo.
Seu peito batia forte e ele tentava respirar profundamente olhando a luz que se infiltrava pelas colunas romanas do corredor, enquanto ela apertava o cão encardido contra si, travando uma enorme batalha para sair daquela tranqüilidade. De vez em quando podia acordar brevemente, como quem se afoga e consegue por a cabeça pra fora da água por alguns instantes.
Do seu quarto não se ouvia quase nada, a não ser o ranger da cama e as poucas palavras que mal conseguiam chegar ao corredor.
–Era uma vez... era uma vez...
Um comentário:
Nossa! Como dormir assim? Belle e Sebastien numa inquietude...a dela seria eterna? E os comprimidos? Huum...só mesmo com Morrissey ao fundo. =). Beijos.
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