Lembro-me
do som de fundo de uma flauta transversal em uma música do Chico Buarque. Meu
irmão toca flauta transversal. Lembro de que, quando mais jovens, ele ficava a
tocar uma breve introdução do Jethro Tull.
Vez
em quando escuto o som da flauta, mas na maior parte das vezes é o vento. Nunca
tocamos música juntos, só a vida, e, mesmo assim, por um breve tempo antes de
seguirmos nossos próprios caminhos.
Contei-lhe
uma vez o conto do flautista de Hamelin, os ratos e as crianças. Levados pra
longe, fomos nós, estando perto com uma saudade que, às veze,s é de quem mora a
milhares de quilômetros de distância.
Pela
manhã, antes de ir ao trabalho, ele passa aqui em casa e recordamos sempre algo
da infância, e logo ele se vai e eu me vou. Viver.
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