Eu
não lembro bem dos meus nove anos. Puxando pela memória não deve ter sido lá
uma grande época.
Talvez
fossem os anos em que eu deixava barcos de papel, feitos pelo meu avô, descerem
pela correnteza, formada pela chuva, na descida da rua de sua casa.
Talvez
fossem os anos em que comecei a ler gibis, a desenhar, a ler meus primeiros
livros de literatura não-infantil.
Talvez
os nove anos não seja uma idade memorável para muita gente. O Tardes Quentes de Outono faz nove anos
hoje. Cada ano com seu número específico de posts,
contos, reflexões e de pretenciosas tentativas de literatura. Meus nove anos
novamente.
Um
brinde com uma xícara de café bem quente, e doce, a cada um desses anos. E, por
falar em brinde, um brinde a cada um dos leitores que passaram, e ainda passam
por aqui, por deixar esse espaço mais aconchegante e por contribuírem, muitas
vezes com observações mais interessantes que os próprios textos, com esse espaço
que é coletivo.
Acredito
que escrever, seja lá o que for, é endereçar algo para um outro. Muitas vezes é
o registro daquilo que não se pode por em palavras, e pelo qual só pode ser
posto por elas, em uma matemática combinatória pela qual falamos de algo
unicamente para poder dizer tudo, ou próximo de tudo, de uma outra coisa.
Realmente
não lembro bem dos meus nove anos. Mas posso dizer, com certeza, que me lembro
de cada ano daqui, do primeiro post feito de madrugada, após a chegada da
faculdade, aos desenhos feitos no tablet que acompanham os últimos posts. Do café coado, feito pelo meu pai,
ao expresso barista, da minha máquina de café expresso, mudou muita coisa. Ah
mudou. Um brinde à saudade e às mudanças. Porque é disso que somos feitos, de
saudades e mudanças.
Obrigado
por esses nove anos, os quais irei me lembrar.
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