domingo, abril 21, 2013

Nove anos do Tardes Quentes de Outono






Eu não lembro bem dos meus nove anos. Puxando pela memória não deve ter sido lá uma grande época.
Talvez fossem os anos em que eu deixava barcos de papel, feitos pelo meu avô, descerem pela correnteza, formada pela chuva, na descida da rua de sua casa.
Talvez fossem os anos em que comecei a ler gibis, a desenhar, a ler meus primeiros livros de literatura não-infantil.
Talvez os nove anos não seja uma idade memorável para muita gente. O Tardes Quentes de Outono faz nove anos hoje. Cada ano com seu número específico de posts, contos, reflexões e de pretenciosas tentativas de literatura. Meus nove anos novamente.
Um brinde com uma xícara de café bem quente, e doce, a cada um desses anos. E, por falar em brinde, um brinde a cada um dos leitores que passaram, e ainda passam por aqui, por deixar esse espaço mais aconchegante e por contribuírem, muitas vezes com observações mais interessantes que os próprios textos, com esse espaço que é coletivo.
Acredito que escrever, seja lá o que for, é endereçar algo para um outro. Muitas vezes é o registro daquilo que não se pode por em palavras, e pelo qual só pode ser posto por elas, em uma matemática combinatória pela qual falamos de algo unicamente para poder dizer tudo, ou próximo de tudo, de uma outra coisa.
Realmente não lembro bem dos meus nove anos. Mas posso dizer, com certeza, que me lembro de cada ano daqui, do primeiro post feito de madrugada, após a chegada da faculdade, aos desenhos feitos no tablet que acompanham os últimos posts. Do café coado, feito pelo meu pai, ao expresso barista, da minha máquina de café expresso, mudou muita coisa. Ah mudou. Um brinde à saudade e às mudanças. Porque é disso que somos feitos, de saudades e mudanças.

Obrigado por esses nove anos, os quais irei me lembrar.

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