domingo, agosto 18, 2013

Fotos





Ah, querida! Na fotografia, não é pra mim que tu sorris. Como também não é o teu nome em minha tatuagem.
Da mesma forma que não é nosso o mundo e que, de comum entre nós, só os desencontros parecem ser as únicas constantes a nos unir.
Na antiga fotografia do baú de carvalho está toda a família, fotografias em preto e branco e de colorido desbotado, com dedicatórias antigas aos tios e padrinhos. Recortes de nostalgias não vividas pelas gerações seguintes aos sarais, bailes e matinês.
Termino por jogar as fotos nem tão recentes junto com as demais, como se pudesse a alegria, a calma e o calor vazar, por osmose, de uma felicidade túrgida, para uma cena árida.
Lembro de uma foto tirada quando estávamos todos juntos, felizes. Sorriamos para o que imaginávamos sermos nós no futuro a olhar nossos sorrisos.
Hoje os sorrisos ficam no escuro da arca, esperando serem redescobertos pelos escafandristas à explorarem nossa cidade submersa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dudu,

Tu estás ficando cada vez mais profundo em teus textos, assim como os sentimentos que eles despertam.

Abraços,

Rafael Esmeraldo

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