quarta-feira, janeiro 30, 2008

Área de trabalho

Quase quatro anos de blog e eis minhas ferramentas.
Um desktop velho e pequeno, fios e mais fios de microfones, caixas de som, câmera, luminária e meu velho companheiro, o café.
Faz tempo que eu não escrevia tanto em um mês (se é que pode-se chamar isso que faço de escrever, escrever sobre o nada). Talvez deva-se ao ócio e a frustrações em arrumar um emprego.
Sim, sim, estou na jornada sem fim do recém-formado a procura de um emprego para dar vazão aos 5 anos de faculdade, bem empregados...
Correrias para deixar currículos, projetos e estudar para concursos... realmente preciso de uma xícara de café. Deus abençõe o Brasil, que é um país limpo, sem corrupção, sem miséria, cheio de gente altruísta e que não se envolve em maracutaias, nem desvia verbas...
Não é muito do meu feitio esses sarcasmos políticos, mas ando lendo muito os irmãos Caruso, e tenho assistido bastantes jornais.
Será que faz sentido essas diversas publicações particulares, de pessoas particulares, sobre seus assuntos particulares? Será que isso ajuda?
Confesso que alguns já me ajudaram em algumas madrugadas atrás....

sexta-feira, janeiro 18, 2008

carta de D para C

Caro C,

Baixe a crista... quem você pensa que é? Com esse ar de quem sabe alguma coisa... Não sabe de nada. Pensando que pode ser algo de importante como em seus devaneios, sonhando alto e com expectativas de realização. Não. Não pode!

Como ousa querer ser algo de importante sem começar de baixo? Sem se tornar o santo das fustigações da via crucis do dia-a-dia? Não meu caro, de forma alguma isso seria possível... e lá vem você arrumar justificativas para sua incompetência falando sobre perdas de entes queridos, momentos de adaptação e insegurança... Ah, o mundo não dá a mínima para isso, eu não dou a mínima. Pensa que eu não sei o que é passar por isso? Tão sei que passei com você cada minuto desses minutos...

Não espere piedade, porque a piedade é um desrespeito com você mesmo, antes de tudo, e eu preso a mim um tanto quanto para me submeter a tal erro. Falaremos de seus erros simplesmente porque me agrada falar deles, suas conquistas, que tanto valorizas, para mim não são nada. Já vi cientistas, filósofos, artistas melhores que você e muito menos pretensiosos... Tuas conquistas não passam de conseqüências de tuas boas relações, as quais amolecem a visão crítica daqueles que contigo vivem, mas não a mim. Sempre tento tomar uma distância segura do que vejo e de que com quem me relaciono..

E então vejo a ti, tão comum quanto os comuns, senhor de nada a não ser de suas fantasias e de seus automartírios... Ah, se pudesses sentir o prazer que sinto a dizer essas palavras. Procuro imaginar teu rosto ao lê-las... De certo pensas em te matar. Não? Ah, é verdade, já não te entregas mais a essas vontades, me recordo. Me recordo e sei que é verdade, afinal te conheço muito bem... Te conheço porque o leio e releio com freqüência, sim, mesmo sem tu saberes... Sabes que acho teus textos medíocres, nunca escondi esta opinião, você sabe. Mas embora medíocres eles são seus retratos, e por entre esses retratos medíocres o vejo melhor que ti mesmo, um medíocre. Perdoe minhas gargalhadas, seria indelicado botá-las aqui, mas não poderia me furtar a lhe deixar a ar de meu humor.

Vejo-o em seu humor lacônico e sem sorriso. Sentes o coração apertado, não? Aquela sensação que um dia chamastes de câncer inexistente... Aposto que já não se lembrava de como era ter aquela dor que não doía, mas que lhe tirava o ar e espremia seu coração com freqüência não é? Esse é o preço a pagar pelas escolhas que fizestes, principalmente ao decidir confiar nos outros antes de ti mesmo... E espero que um dia admita, este foi o seu maior erro.

Talvez você até aceite o que lhe escrevo por confiar em mim, aceitando não de bom grado as observações pertinentes que lhe faço nessa carta. E isso é outro erro seu. Você só comete um erro atrás do outro, meu caro. Talvez se um dia decidires confiar em ti e aceitar as conseqüências de suas escolhas, sem botar o que pensam os que tu gostas na frente, talvez consigas dar o primeiro passo para se tornar alguém importante, não para mim ou para quem amas, mas para ti mesmo.

Você sabe que eu o odeio amargamente por ser assim, essa pessoa medíocre cuja arma maior é baixar a guarda dos que o rodeiam, em uma onda de compaixão. Eu não gosto de me sentir assim, nunca gostei, e por isso tomo distância segura de ti. Como dizia Nietzsche, o amor pelo próximo é um vício, nada mais do que um mau amor por ti próprio. E eu não preciso te dizer isso porque sabes bem, ouviste também essas palavras serem proferidas pela boca de um verdadeiro conhecedor da filosofia.

Escreverte me é bastante enfadonho, não porque escrever seja enfadonho, mas por ser para ti, por ter que me fazer perder meu tempo escrevendo para ti. Sabes que escrevo para ti só porque queres que eu escreva para ti, assim como sabes do meu asco de te escrever. Mas me fazes escrever esta carta para ti unicamente para se conhecer melhor, e assim se vinga de mim.

Muito bem, parece que temos um começo.

De seu estimado D.


quarta-feira, janeiro 16, 2008

E para terminar por hoje

E para dar continuidade a esta profusão de coisas nas quais estou afundado e das quais sou porta voz venho comentar sobre uma música em particular que venho escutando.

Essa música se chama “sem conserto”, uma música do projeto Maquinado do Lucio Maia (guitarrista do Nação Zumbi), muito interessante por sinal, à qual venho disponibilizar a letra e o clipe. Só não me atreverei a comentá-la, até porque já falei, ou escrevi, demais para um dia.


Sem conserto

Não consigo encontrar
Um lugar apropriado para o fim.
O tempo entrou em coma,
Perdi minhas memórias e nem percebi

Um breve instante foi
Um presente que eu ganhei, mas ainda não abri
Tempo perfeito não
Deixa sobras no futuro
Igual a mim, igualzinho a mim
Igual a mim...

Qualquer um que fotografar
Os pesadelos de quem não volta a dormir
Vai andar olhando pro céu
Pois vai sempre estar a um passo de cair

Um breve instante foi
Um presente que eu ganhei, mas ainda não abri
Seguindo em frente então
Sem memória, e sem futuro
É melhor assim, bem melhor assim,
É o melhor pra mim...

Apresentação


Só agora me cai a ficha de que estou em um novo servidor e começo a expor textos no ritmo (ou coisa parecida) do antigo servidor...

Bem irei primeiramente a parte formal...

Eu sou D.W. , e sou, digamos, um personagem (e não uma persona) que tem pleno conhecimento de ser um personagem. Bem...

Eu não existo, para começar, e isso é algo que quero deixar claro. Sou um personagem a mercê de alguém que cria a mim e meu mundo, evito chamá-lo de Deus, não acredito em deuses... Digamos que não passo de uma criação literária, e algumas vezes gráfica, de alguém que tem algo a dizer.

Seja bem vindos as minhas Tardes Quentes de Outono...

Mansao dos segredos






Hoje choveu o dia todo...

Sabe aquela chuva que deixa o dia escuro com um fim de tarde.... lindo.

Hoje parece o total oposto dos oposto que vivencio em minha vida...

Dia de fazer almoço... almoço não feito, mas comido.

Casa velha... Lembro-me de que Francine falava que a casa parecia um mausoléu assombrado... na verdade eu já tive essa sensação, mas a muito tempo...

Hoje eu vi na escritura da casa que ela foi construída na década de 30... é de repente seja um mausoléu... um mausoléu de acontecimentos...

Que segredos será que esconde a velha casa onde moro? Só nossos esconde um infinito, os segredos que guardamos até de nós mesmos... cada um em cada cabeça, os segredos sonhados onde somente a casa é testemunha desses segredos surdos...

Lembro de uma história que li ainda quando era adolescente... chamava-se “a mansão dos segredos”... quantas famílias e seus segredos passaram pela velha casa de estrutura antiga e de brasão em seu cume?

Caminho pela casa a noite desligando as luzes, não guardo segredos da casa, nem poupo seus ouvidos ao tocar violão nas mais diversas horas...

Não há ninguém que não seja uma mansão de segredos...

Um pouco para si e um pouco para o divã... tudo na medida certa.



segunda-feira, janeiro 14, 2008

saudade

Tenho andando cansado....

Agora estou cansado...

Cansado de não ter pais, de não mas ter para onde correr quando o mundo ameaça... não sei lidar mais com meu irmão, nunca nos entendemos...

Estou cansado de fingir que sou forte, estou cansado de me decepcionar com as pessoas que amo, e maltratar e ser maltratado...

Estou cansado... e de repente vem uma vontade enorme de rasgar a minha carne com as próprias unhas como antigamente... mas já não tenho as unhas pontiagudas, nem o mesmo ímpeto autodestrutivo de antes...

Sou um fraco... fraco até para ser fraco, me autotorturando sem piedade, para que a dor física esconda dores maiores...

Quero a paz da inexistência, a ausência de dor e de amor... nem me atrevo a querer a paz da ignorância... não levo jeito para Macabea, talvez mais para G.H.

Esqueça...

Não quero nada, não quero saber nada, não quero precisar de nada, a única coisa que necessito é da falta de ser e de sentir, a estaticidade de não ser.

Em outro momento o simples prazer de rasgar minha própria carne e sentir o gosto ferroso do meu próprio sangue já me faria acalmar mansamente, a dor que mascara a dor, a perfuração do músculo, o esfolar da pele, o grito abafado pelo lençol que tapa a boca.. uma linda melodia pra esconder os martelares de dores mais profundas, dores coronárias que flagela todo o corpo...

Só que o problema não é o corpo, ele é só uma via de transmissão, o que gera tudo é a existência, o corpo não é nada, só um acumulado de sistemas orgânicos, uma máquina muito distante de ser perfeita...

Existir é sofrer, seja qual tipo de sofrimento seja... e eu já começo a não suportar os sofrimentos guardados pra mim.. quero retirar o coração ainda quente e pulsante de mim e pisá-lo até seus átrios e ventrículos não mais se tocarem....

Quanta saudade eu sinto de tempos melhores....



domingo, janeiro 13, 2008

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