quarta-feira, junho 24, 2009

Obrigado



Que sorte eu tenho de ter amigos que me salvam mesmo quando nem sabem que salvam. Meu amigo Castor Luiz sempre me surpreende, e nem sabe que surpreende.
“Caminhando”, como não fazia a um bom tempo pelos sites do meu blog, eis que vou visitá-lo no myspace encontro as músicas do último álbum que ele gravou e que, por privilégio, vi nascer algumas das músicas de lá.
Voltei no tempo, e de repente me vi no seu apartamento pintando nosso livro com Thais, lanchando e tocando violão, sentindo o vento que vinha do mar e tomava conta da sala quase sem móveis, impecavelmente branca e cheia de plantas...
Cantarolando...

Um pouquinho dessa grande pessoa pode ser encontrado no http://www.myspace.com/castorluiz , com destaques paras as músicas “Veja só”, “Cachorro” e “O nome”.

Cantarolando sozinho na frente do computador... feliz.

terça-feira, junho 23, 2009

Música, cultura e impressões de um estrangeiro


É engraçado quando me pego escutando músicas regionais e de repente cria-se um ar de mística. O som das produções daqui assumem um caráter tão místico. Não há como escutar Alceu Valença, Zé ramalho sem essa sensação, assim como escutar Legião Urbana sem seu cunho político ou Ira! sem a impregnação urbana.
Mesmo morando a tanto tempo aqui, ainda me perco com eu estrangeirismo, ao tentar diferenciar os sons que escuto tanto. Quando é baque solto? E virado? Caboclinho é de índio e afoxé é de afro?
É engraçado como escuto Coltrane, Milles Davis e Chet Baker e me transporto ao som do piano, do trompete, da harmonia, ao passo que com Mothorhead, Pink Floyd, Deep Purple e o restante da trupe a agressividade toma diversos ares e aspectos tão elevados, sublimados pelo som pesado, pela harmonia e a composição de timbres e tempos... Mas escutar as músicas daqui ainda é algo meio que indefinido, chega a ser quase primal.
Percussão, metais, história, folclore, a ancestralidade que não é minha pulsa, ela não quer sublimação, quer sair e se juntar ao som, na ciranda de mãos, no baque do maracatu e na loucura febril dos malabarismos das passistas...
A rabeca toca desafinada e comanda toda uma orquestra de emoções que dançam sem compasso ao escutar.
Ora, o que seria esse louco compasso senão a vida?

Trilha Sonora:
Alceu Valença : Bobo da corte/Casaca de couro/Sol e chuva


domingo, junho 21, 2009

Aos meus amigos




Ando relembrando tempos de telhados molhados. Sim me recordo bem de como eram escorregadios e como eu costumava rumar pela cidade velha nos fins-de-semana, muitas vezes sozinho, outras tantas com amigos tão queridos.
Nas ruas feitas de paralelepípedos antigos, com linhas de bonde de séculos passados da cidade velha, de um bairro que já fora boêmio, me lembrava do vento frio que vinha do mar e passava dos arrecifes para o marco-zero do então bairro, correndo por entre as estreitas ruas de casarões antigos, como seu próprio nome, até ir parar por sobre meus ombros na frente daquele barzinho underground que costumávamos ir para dançar ao som de The Smiths, Joy Division, New Order, The Cure, David Bowe e tantos outros.
É engraçado ver que não fazem tantos anos assim, mas que essas lembranças já se juntam ao montante das boas lembranças que carregamos como remédios para os pequenos momentos de tédio e solidão. Não que a solidão seja algo que eu tema, ou que busque um retorno a momentos que tiveram seu exato momento, mas esse adulto que já caminha pra deixar de ser tão jovem ainda carrega sua meninice o tempo todo.
Os dias de chuva sempre me lembram nossas idas e vindas nas noites daquela rua agitada, cheia de pessoas diferentes, estranhas, mas sempre com bons amigos.

Trilha sonora:
Joy Division: Love Will Tear Us Apart: (não tanto pela letra da música, mas sim por todos que vêm me visitar quando ela toca)

segunda-feira, junho 15, 2009

Breath

Lyonesse - Johanna Pieterman

Nessas noites de chuva fico olhando os gatos que rondam os telhados das casas. Despreocupados caminham. Seguindo sua fome e seu cio, tocam as patas nas telhas molhadas das casas abaixo do andar do meu prédio.
Pergunto-me se há poesia na vida cotidiana. Se debaixo de todas as contas do mês pra pagar, ainda resta um pouco de Oscar Wilde, Clarisse Lispector, Fernando Pessoa.
Um mundo louco a beira do colapso e eu penso na minha sobrinha de olhos verdes que tem menos de 1 ano de vida e fico com saudades. Saudades de vê-la batendo palmas para o nada e por vezes olhar fixamente em meus olhos, rindo abertamente sem nenhum dentinho.

Há muito tempo eu não caminho pelos telhados molhados das casas. Nunca tive vocação para felino.


Trilha sonora:
Pink Floyd: Breath


Pink Floyd: Breath (reprise)
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